No mês da Consciência Negra, Vanderlei Soares citou estatísticas que comprovam a desigualdade racial no Brasil27/11/2017 - O 20 de novembro, dia da Consciência Negra, foi abordado pelo vereador Vanderlei Soares (PMDB), durante discurso na Câmara, na última terça-feira (21). “A gente tem que refletir e agir”, disse o vereador, citando estatísticas que comprovam a desigualdade racial no Brasil.
“Homens jovens, negros e de baixa renda são os que mais morrem no país [...] A cada 100 pessoas assassinadas, 71 são negras”, disse. “Enquanto a mortalidade entre as mulheres brancas diminuiu, a mortalidade entre as mulheres negras aumentou em 22%”, denunciou Vanderlei.
As estatísticas do mercado de trabalho também foram abordadas pelo parlamentar. Segundo ele, a taxa de desemprego é mais alta entre os negros, que são 64% dos desempregados. Atualmente, a população negra corresponde a 55% dos habitantes do país.
POLÍTICAS PÚBLICAS
No discurso, o vereador também parabenizou o governo do ex-presidente Lula, “que criou as cotas raciais nas faculdades, que abriu as portas das faculdades particulares para o jovem pobre e, na sua maioria, negro”. “Se a gente não ficar atento, isso vai para o ralo abaixo”, concluiu.
“Existe a discussão se é justo ou se não é justo [adotar cotas raciais]. Mas nós temos uma dívida de mais de 500 anos com a população negra. Porque foram os brancos que escravizaram, que trouxeram eles de sua terra natal. Nós temos que refletir muito”, disse Vanderlei.
O vereador também parabenizou os “movimentos sociais engajados, grupos e alguns sindicatos” que debatem as questões raciais no país. E lamentou a existência de poucas escolas e poucas ações da prefeitura que proponham reflexões sobre o tema.
“Perante Deus nós somos todos iguais”, concluiu o vereador, que defendeu concurso público como “a melhor maneira de o negro mostrar seu valor. Porque ali não fala da cor, e sim da sua capacidade. Ele [o candidato] passou no concurso, ninguém vai tirar ele]”, explicou.
Finalizando o discurso, Vanderlei conclamou uma participação da sociedade neste debate. “Cada vez mais nós temos visto as pessoas lutarem pelos seus direitos, e nós temos que participar disso [...] Vamos todos nos envolver, participar”, sugeriu.