Após fiscalização, Ceará Mascate denuncia que médicos da rede pública têm descumprido a carga horária

CearáMascate 10.09.2018 2“Não acho justo um médico ser pago por 12 horas, e não cumprir as 12 horas [de trabalho]”, disse Ceará13/09/2018 – “Não acho justo um médico ser pago por 12 horas, e não cumprir as 12 horas [de trabalho]”. Esta é uma declaração do vereador Ceará Mascate (PPS), emitida durante discurso no plenário da Câmara, na última segunda-feira (10). Para o parlamentar, alguns médicos da rede pública não estão cumprindo a carga horária estabelecida, trazendo prejuízos aos moradores.

No pronunciamento, Ceará afirmou que, após receber duas denúncias – ambas relacionadas a problemas na área de saúde - visitou alguns estabelecimentos da cidade, dentre eles postos de saúde e a Policlínica Municipal. O vereador disse que, ao analisar listas de presença, constatou, inclusive, que alguns profissionais têm apresentado sucessivos e repetidos atestados médicos, para justificar ausências.

“Há bons médicos na nossa cidade. Mas infelizmente há alguns que deixam a desejar”, relatou o parlamentar, pedindo uma maior fiscalização por parte do Poder Executivo. O vereador – que afirmou ser usuário do Sistema Único de Saúde - também não descartou o envio de denúncia ao Ministério Público, sobre o problema. “Médico tem que cumprir a carga horária”, disse. “Quem sofre com isso é a população”, lamentou.

Ceará também ressaltou que, recentemente, a Câmara aprovou projeto de lei que flexibilizou a carga horária dos médicos, permitindo a atuação em 12 horas semanais. E lamentou que, mesmo com mudança – que visava atender aos anseios de alguns profissionais – o problema de descumprimento de carga horária persista. “Não acho justo se pagar um funcionário e ele não cumprir com sua carga horária”, finalizou.

COMENTÁRIOS

Pastor Elias (MDB) disse que votou contra o projeto de flexibilização da carga horária prevendo o descumprimento da jornada. Disse, ainda, que a carreira muitas vezes atua em forma de “monopólio”, e faz “a administração de refém”. Para ele, é “inaceitável” que alguns profissionais recebam um “salário razoável” e não prestem atendimento.

Já Jesus Lopes (PR) lembrou que o problema não é exclusivo de Monte Mor, mas de todo o Brasil. “É uma classe privilegiada”, disse, citando a dificuldade de preenchimento das vagas na carreira, por exemplo, nos concursos públicos. O vereador também elogiou o Programa Mais Médicos, do Governo Federal.

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