Professor Adriel citou uma pesquisa que informa que “56% das pessoas devidamente alfabetizadas possuem média ou grande dificuldade para lidar com as novas tecnologias”O vereador Professor Adriel (PDT) visitou o escritório comercial da Sabesp, em Monte Mor, e constatou que funcionários da empresa priorizam o atendimento de pessoas que fizeram agendamentos prévios pela internet - o que dificulta que moradores “mais humildes” e que não saibam lidar com as tecnologias tenham acesso esses serviços, que foram terceirizados.
Na sessão ordinária realizada nesta segunda-feira (14), o parlamentar citou a pesquisa do Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional, dando conta de que “56% das pessoas devidamente alfabetizadas possuem média ou grande dificuldade para lidar com as novas tecnologias”. Para ele, no caso das pessoas analfabetas, o percentual deve ser “ainda maior”.
“A partir do momento que você restringe, prioritariamente, o atendimento para as pessoas que fizeram o agendamento da internet, você está, nem que seja indiretamente, fazendo uma exclusão de uma faixa importante da sociedade, mais leiga, mais simples, mais humilde, que não tem habilidade para lidar com os meios tecnológicos”, salientou o parlamentar.
Adriel disse que, nessa visita ao escritório da empresa, além da frustração de três pessoas que não conseguiram atendimento, por não terem feito o agendamento, notou também a “deficiência no tratamento [dado] perante à população”, tendo em vista a falta de empatia, de bom-senso e de proatividade, e até mesmo o “desmazelo e descaso” com os moradores.
O parlamentar citou o caso de um usuário que enfrentou grandes dificuldades no atendimento fornecido pelo escritório da Sabesp, na cidade. E disse que protocolou reclamações no site da empresa e também na Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado (Arsesp). Além disso, pediu a intervenção do prefeito Murilo Rinaldo, visando à solução dos problemas.
“Eles [os atendentes do escritório] são irredutíveis para dizer para a população que precisa fazer o agendamento, se não vai ter que esperar todo mundo [ser atendido] para [depois] ter um atendimento no caixa”, lamentou, na sessão plenária. “Quem não tem celular? Quem não tem acesso à internet? Fica sem o serviço. Tem que recorrer a quem?”, perguntou o vereador.