01/10/2019 - Na quarta semana do mês de abril de cada ano, o município de Monte Mor deverá realizar atividades de prevenção à automutilação e ao suicídio. É o que prevê o Projeto de Lei 68/2019, aprovado por unanimidade na sessão ordinária desta segunda-feira (30/09). A propositura é de autoria dos vereadores Jesus Lopes (PL) e Eduardo Bispo (PSDB).
Para os parlamentares, o trabalho permanente e contínuo de prevenção “pode resultar em ações eficazes contra a automutilação e o suicídio”. “A destinação de uma semana especial para ações que ajudem a pensar e refletir sobre os temas é importante e pode mobilizar órgãos públicos e a sociedade em torno da temática”, afirmam os vereadores, na justificativa do projeto de lei.
A propositura - que depende da sanção do Poder Executivo - está em comum acordo com a Lei Federal 13819/2019, sancionada pelo Executivo Federal em abril deste ano, que instituiu a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, prevendo, inclusive, que hospitais e escolas de todo o país passem a notificar tais casos.
O projeto aprovado em Monte Mor prevê que a prefeitura utilize as estruturas existentes das Secretarias Municipais de Saúde e Educação, para as atividades preventivas. A justificativa do texto também acrescenta que problemas psicológicos e psiquiátricos, “agravados por limitações nas habilidades sociais”, ampliam os problemas - daí a importância do auxílio profissional.
PREVENÇÃO
“Esse Projeto de Lei é muito importante [...] A prevenção salva vidas”, salientou Eduardo Bispo, lembrando que é frequente, por exemplo, o relato de jovens que “já se cortaram”. “Esse projeto vem com o intuito de debater, falar, expor mais o que causa esses problemas”, afirmou, sugerindo que o assunto também seja abordado pela Escola do Legislativo (ELEMMOR). O vereador também pediu que a prefeitura “leve adiante” a iniciativa, implementando as atividades preventivas. “Para que possamos cuidar das nossas crianças, jovens, adolescentes, de todos”.
Jesus Lopes destacou a importância de se debater o assunto junto às famílias. “Muitas vezes o pai e a mãe trabalham e não têm tempo de ouvir as necessidades do filho”, ressaltou, lembrando que problemas como o bullying e as comorbidades psiquiátricas podem ser fatores agravantes, resultando em casos graves. O parlamentar também destacou que a elaboração do projeto está em acordo com a lei 1389/19: “estamos nos adequando a uma lei federal, que precisamos colocar em prática no nosso município [...] Essa semana vai ser muito importante”, finalizou.
OUTROS COMENTÁRIOS
Parlamentares abordaram o PL, e elogiaram os seus autores, pela iniciativa. “É um projeto muito bom. Automutilação e suicídio são coisas muito sérias”, disse Dila (MDB), pedindo atenção dos pais. Zé Fernandes (PSDB) defendeu a importância de se ter psicólogos nas escolas, e pediu que o Executivo coloque em prática atividades preventivas, conforme prevê a propositura. Já Ceará Mascate (PPS) lembrou que a automutilação e suicídio ocorrem em todo o mundo; e citou dois casos de suicídio ocorridos no Parque Residencial São Clemente, onde mora.
O vereador Joaz (PSDB) destacou a importância da propositura- e elogiou, ainda, as palestras preventivas do Setembro Amarelo, realizadas pela prefeitura na semana passada, no Joaquinzão. Vanderlei Soares (MDB) defendeu que projeto seja colocado em prática, pela prefeitura. “A gente aprova muitos projetos aqui na Câmara, e eles ficam só na teoria”, disse. Marcos da Farmácia (PSD) pediu a atenção dos pais e educadores. “É um problema que está aí, crescendo, e é real [...] O Poder Público não pode virar as costas para isso”, disse Pastor Elias (MDB).
SESSÃO
Os comentários, que ocuparam boa parte da sessão ordinária, estão disponíveis, na íntegra, em áudio divulgado no SAPL. Na sessão, também foi aprovada a Moção de Apoio 4/2019, de autoria de Danilo Jacob (PDT), e o Projeto de Lei 67/2019, de Pastor Elias (MDB). As proposituras também estão disponíveis, para consulta, no mesmo sistema.