Vereadores criticam valores do IPTU; prefeitura nega aumento e cita “correção”

Geral 23.02.2024 MG 6116 CopyDois representantes da prefeitura participaram da reuniãoVisando esclarecer dúvidas de moradores e obter informações da prefeitura sobre os valores do IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana), a Câmara realizou uma reunião pública no Plenário, na última sexta-feira (23), com transmissão pela internet.

O encontro foi agendado pelo presidente da Casa, vereador Altran (MDB), tendo em vista que diversos moradores têm reclamado que os valores do imposto tiveram um aumento que ultrapassa 100%, em alguns casos, se comparado às taxas cobradas no ano passado.

Na reunião, alguns parlamentares afirmaram que a cobrança pode ser considerada injusta, e destacaram, ainda, a precariedade nos serviços públicos do município, para os quais, em tese, os valores arrecadados com o imposto deveriam ser direcionados, visando às melhorias. 

Além do presidente, participaram da reunião os vereadores Beto Carvalho (UNIÃO), Bruno Leite (UNIÃO), Paranhos (MDB), Pavão da Academia (MDB), Professor Fio (PTB) e Vitor Gabriel (PSDB). Moradores também acompanharam e fizeram perguntas e cobranças.

CORREÇÃO

Geral 23.02.2024 MG 6116 CopyÀ esquerda, Júlio e Zoppi, da prefeitura, com os vereadoresO secretário municipal de Administração, José Fabio Zoppi, negou que tenha ocorrido o aumento do IPTU. E disse que houve apenas a atualização dos valores, a partir de dados gerados pelos trabalhos de “aerofotogrametria e geoprocessamento”, iniciados em 2022.

O titular da pasta disse que houve correção de 5,19 % no imposto, e que o último “aumento substancial” ocorreu em 2016. “Neste ano [2023], na realidade não houve aumento de tributação. O que houve é: [a prefeitura passou a] tributar aquilo que existe no terreno”, disse.

Zoppi reforçou que não foi aplicado um reajuste no imposto, mas, sim, uma “correção de uma distorção que existia na cidade”. “Só teve o valor majorado [aumentado] quem tinha construção irregular, que não teve planta aprovada, que não tem Habite-se [...]”, disse.

Também participou da reunião o diretor de fiscalização, Júlio Cezar de Paula. Conforme o Poder Executivo, os munícipes podem fazer reclamações na prefeitura, apresentando o carnê; e, em caso de erros no lançamento do imposto, será feita a correção da taxa cobrada. 

COMENTÁRIOS

Geral 23.02.2024 MG 6115Presentes no Plenário, moradores puderam fazer perguntasO presidente Altran agradeceu as presenças. “A população tem dúvidas”, afirmou, manifestando indignação com o aumento do IPTU, “de uma vez só”, tendo em vista que muitos “pais de família” não têm condições de arcar com tais valores cobrados.

O vereador Beto Carvalho lembrou que, para alguns munícipes, houve um “aumento exorbitante” no imposto - medida que pode ser considerada “legal”, mas não é justa, já que não há a devida contrapartida, na prestação dos serviços públicos por parte da prefeitura.

Bruno Leite afirmou que a população “foi pega de surpresa” com o aumento. Ele também citou as ações do seu gabinete sobre o assunto, como o Requerimento que cobrou informações da prefeitura, em 2023, além do ofício com novos questionamentos. 

Professor Fio citou o caso de moradores que tiveram aumento no IPTU, mesmo sem novas construções no terreno. Ele pediu o “cancelamento real” do imposto, deixando de cobrar as mudanças oriundas do georreferenciamento e postergando-as para o próximo ano.

“A omissão do município, em não fazer o seu papel ao longo de tantos anos, trouxe esse problema”, acrescentou Paranhos, em seu comentário. O parlamentar ainda cobrou um “recuo” da prefeitura e a aplicação progressiva do aumento, ao longo dos próximos anos. 

Vitor Gabriel manifestou indignação com o problema; citou ruas sem infraestrutura urbana, em diversos bairros, com buracos, mato, falta de manutenção e esgoto a céu aberto, por exemplo; e destacou a “falta de sensibilidade” do Poder Executivo com o assunto.

Audiência debate verbas indicadas por vereadores para obras em campos de futebol

campojoãocaravan arquivoCMA02Obras no campo de futebol João Caravan, localizado no bairro Jardim Campos Dourados. Destinação de recursos via Emendas será debatida na audiência (Foto: Arquivo CMA)Na próxima sexta-feira (1º de março), às 19h, a Câmara sedia uma audiência pública para debater as Emendas Impositivas destinadas pelos vereadores à Secretaria de Esportes, abordando, especialmente, recursos direcionados à realização de obras em campos de futebol.

O evento será promovido pela Comissão de Meio Ambiente, Educação, Cultura, Saúde, Assistência Social, Obras e Serviços Públicos e Atividades Privadas (CMA). O colegiado, conhecido como Comissão Mista, é presidido pelo vereador Professor Fio (PTB).

Conforme informações do Setor de Processo Legislativo da Câmara, os secretários municipais de Esportes (João Victor Muro) e de Planejamento e Obras (Maurício Guimarães) foram convidados para participar da audiência pública, por solicitação da CMA.

Autoridades e pessoas interessadas no debate poderão participar presencialmente (Rua Rage Maluf, 61, Centro) e também pelo E-democracia. “Também será possível acompanhar pelo canal do YouTube da Câmara, porém sem a possibilidade de interação”, informa o vereador.

A indicação de recursos pelos parlamentares, por Emendas Impositivas, tem gerado debates na Câmara. Nesta semana, o Plenário aprovou um Requerimento que cobra informações da prefeitura sobre o andamento das obras de manutenção de três campos de futebol.

Conforme a propositura, “o plantio de grama está sendo feito de forma irregular e sem nenhum acompanhamento da prefeitura ou da Secretaria de Obras”. O texto também destaca que a população “clama por uma reforma efetiva dos campos de futebol nos bairros”.

O Requerimento aprovado - que é de iniciativa de Professor Fio - cita especificamente os campos de futebol localizados nos bairros Jardim Campos Dourados, Jardim Paulista e Jardim Nova Alvorada, para os quais foram indicados recursos, via Emendas Impositivas.  

“Faltou sensibilidade do Poder Executivo”, diz Bruno Leite, sobre aumento do IPTU

BrunoLeite 19.02.2024 MG 6058 CopyPara Bruno Leite, a população não é contrária ao pagamento de impostos, mas “paga descontente”, no caso de Monte Mor, pois o município apresenta diversos problemasO vereador Bruno Leite (UNIÃO) destaca que a prefeitura é responsável pelos reajustes no IPTU (Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana). “Esses aumentos de IPTU não passaram pelo crivo desta Casa”, explicou, na sessão ordinária desta segunda-feira (19). “Ninguém votou a favor para aumentar o IPTU, o prefeito fez isso por ele [próprio]”, disse.

O parlamentar lembrou que, em 2023, foi autor de Requerimento aprovado na Câmara que cobrava explicações ao Poder Executivo sobre os reajustes aplicados na época. Segundo ele, a propositura foi remetida ao Ministério Público, posteriormente. No pronunciamento no Plenário, Bruno lembrou que o reajuste de 2024 foi superior ao de cidades vizinhas. 

“Faltou sensibilidade do Poder Executivo, do prefeito”, afirmou, destacando que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) não chegou a 5%, mas o IPTU, em alguns casos, teve aumento de até 100%. “A cidade tem que estar andando, para a gente ter um aumento de imposto desse aí”, frisou, citando a existência de deficiências em várias áreas. 

O parlamentar também manifestou sua indignação com o reajuste, e disse que remeteu ofício ao Poder Executivo, cobrando explicações ao prefeito. Para Bruno, a população não é contrária ao pagamento de impostos, mas “paga descontente”, no caso de Monte Mor, já que a Educação, a Saúde e a área de infraestrutura apresentam diversos problemas, por exemplo.

EDUCAÇÃO

Na sessão plenária da Câmara, o vereador ainda elogiou a chegada dos uniformes escolares que serão distribuídos aos alunos da rede municipal, conforme informações do Poder Executivo. Além disso, citou as reivindicações apresentadas à prefeitura, visando garantir o transporte escolar para alunos da Vila Possato que estudam no Jardim Capuavinha. 

Segundo Andrea Garcia, emenda vai garantir a reforma de praça na região central

AndreaGarciaDiscurso 19 02 2024 0 MG 6020 CopyAndrea Garcia ressaltou que, na Indicação 865/2017, pleiteou a reforma da Praça Antonia Bueno Gomes Carneiro, que fica nas proximidades do Centro OdontológicoA vereadora Andrea Garcia (PTB) destaca que recebeu um ofício do deputado estadual Rafa Zimbaldi, informando a liberação de emenda de R$ 150 mil para o município. Conforme a parlamentar, a verba irá viabilizar a reforma da Praça Antonia Bueno Gomes Carneiro, localizada no bairro Jardim Nossa Senhora de Fátima, na região central do município.

Na sessão ordinária desta segunda-feira (19), Andrea lembrou que, na Indicação 865/2017, pleiteou a reforma da praça, que fica nas proximidades do Centro Odontológico. Ela ainda destacou que, em 2003, seu pai, o ex-vereador Benedito Garcia, havia garantido uma reforma. “De lá para cá, nunca mais. E nós temos um problema sério com as raízes das árvores”, disse.   

“Agora, eu acredito que vai sair [a reforma]. Porque não veio o nome da praça, veio como uma liberação do crédito para a pasta”, disse a vereadora, no pronunciamento. Segundo ela, o recurso deverá estar disponível na ficha orçamentária dentro de 30 dias, mas, a critério do Poder Executivo, os serviços já poderão ser iniciados, pois a emenda “não é marcada”.

Na sessão plenária, Andrea também comentou que o reajuste no IPTU (Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana) teve como base o georreferenciamento, como ocorre em outros municípios - ou seja, foi esse processo que serviu de base para o cálculo dos valores, considerando as áreas dos terrenos e construções.  “Isso é justiça fiscal”, disse.

A vereadora ressaltou que tal reajuste foi de aproximadamente 5%; e que os moradores de áreas de risco, que tiveram seus imóveis alagados, podem protocolar pedidos de isenção do imposto, conforme a legislação. Andrea ainda acrescentou que pessoas com doenças raras podem pleitear a redução da taxa, formalizando requerimento baseado na Constituição.

Foto Lado a Lado