“A gente pode concluir, realmente, que as mulheres decidiram, aqui nesta Casa”, disse Paranhos, sobre arquivamento da cassação do prefeitoO vereador Paranhos (MDB) considera que a sessão de julgamento em que o prefeito Edivaldo Brischi (PTB) “escapou de ser cassado”, na madrugada da sexta-feira (1º), trouxe “alguns momentos interessantes para todos nós”. Em discurso na sessão ordinária de segunda-feira (4), o parlamentar comentou o assunto, citando dados que considera relevantes.

No pronunciamento, Paranhos mencionou a força das mulheres. Ele lembrou que a atual legislatura é composta por quatro vereadoras e 11 vereadores. E que, desse total, três vereadoras (ou seja, 75% das mulheres) votaram “a favor do prefeito” (ou seja, contra a sua cassação) e três vereadores tiveram o mesmo posicionamento (36% dos homens). 

“A gente pode concluir, realmente, que as mulheres decidiram, aqui nesta Casa”, afirmou, sobre o resultado. “E eu espero que o prefeito veja isso e passe a respeitar mais as servidoras públicas, mulheres, acabe com as perseguições nas secretarias, respeite mais as gestantes. Porque foram elas [as mulheres] que seguraram o senhor aqui, prefeito”, afirmou.

Paranhos ainda disse que o vereador Pavão da Academia (MDB) chegou a afirmar que  aquele seria o dia da confirmação da vontade popular. “Eu lamento, Pavão, não é verdade. Porque vontade popular, nesse caso, significaria maioria da população, e somente 1/3 [dela] votou no prefeito”, relatou, referindo-se ao resultado das eleições municipais de 2020.

O vereador ainda citou o “inflamado discurso do Professor Adriel [PT]”, que, em seu ponto de vista, “também não condiz com a realidade”. “Pois o senhor mesmo esteve à frente de várias demandas dos servidores públicos, com o prefeito. E o senhor foi ignorado inúmeras vezes, especialmente no caso das cuidadoras”, relatou, dirigindo-se ao parlamentar petista.

“Precisamos de paz, e que possamos, de fato, ter uma Câmara unida, um Poder Legislativo unido, buscando os interesses, não particulares, mas do povo”, disse Alexandre Pinheiro, na sessão plenáriaPresidente da Câmara, o vereador Alexandre Pinheiro (PTB) considera que a Casa precisa  de um maior “afinamento” e “união”, em prol dos interesses da sociedade montemorense. A declaração foi emitida na última segunda-feira (4), na sessão ordinária.

O parlamentar lembrou que, na solenidade de posse, em 1º de janeiro do ano passado, ele havia manifestado expectativas de que essa legislatura seria “a melhor que essa cidade já viu”. No pronunciamento, ele defendeu a união, para que isso se torne realidade. 

“Eu acredito que nós estamos caminhando para isso, mas precisamos melhorar alguns aspectos. Uma vez que essa Câmara nunca viu vereadores tão competentes como tem agora, nesta legislatura”, elogiou Alexandre, na sessão plenária. 

“Uma equipe, um grupo, com 15 pessoas, que precisa só de um afinamento, de uma união [...] Precisamos de paz, e que possamos, de fato, ter uma Câmara unida, um Poder Legislativo unido, buscando os interesses, não particulares, mas do povo”, completou.

ABRIL

Alexandre citou que, em 2 de abril, é celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Ele destacou que as atividades do Abril Azul procuram “dar mais visibilidade ao tema do transtorno do espectro autista”. O parlamentar citou sintomas (como as dificuldades de comunicação verbal e não-verbal, e de socialização, dentre outros), e defendeu que as pessoas se conscientizem “sobre a importância de se entender e compreender” o assunto. 

“A partir do momento que você mexe com a integridade das pessoas, aí já é falta de respeito. Isso só demonstra o líder que nós temos”, disse Bruno LeiteO vereador Bruno Leite (DEM) lamenta os ataques sofridos por vereadores, partindo de comissionados da prefeitura. Em discurso na sessão plenária da última segunda-feira (4), três dias após a sessão de julgamento que rejeitou o pedido de cassação do prefeito Edivaldo Brischi (PTB), o parlamentar defendeu o debate democrático de ideias.

“Quantos ataques essa Casa recebeu. Não só os que votaram contra [o pedido de cassação], mas os que votaram a favor também, acho que foi [proferido] ataque de todos os lados. Lamentavelmente, a postura de alguns comissionados, denegrindo a honra, denegrindo a família de alguns vereadores”, disse Bruno, em seu pronunciamento no Plenário.

Ele criticou as ofensas que foram dirigidas aos parlamentares, por esses servidores. “Eu acho que você debater política, argumentar, isso faz parte. Até o ‘golpe’, que eles colocaram lá [nas mensagens], faz parte. Mas a partir do momento que você mexe com a integridade das pessoas, aí já é falta de respeito. Isso só demonstra o líder que nós temos”, afirmou.

“Debata política, argumente, defenda o seu governo. Mas nunca falte com respeito”, sugeriu o parlamentar, também citando a ocorrência de acusações inverídicas e graves, feitas a vereadores. “Debater democracia é respeitar o amigo, é você argumentar e defender, sim, o seu governo. Mas nunca denegrir e mexer com a honra e com a família de ninguém”, disse.

O vereador ainda comentou o seu voto, que foi favorável à cassação do prefeito, na sessão de julgamento relativa à Denúncia 3/2021. “Eu tenho a consciência tranquila, de que estou fazendo o meu papel. Fiz o que é certo. Defendi meu ponto de vista, aqui, e vou continuar fazendo o meu trabalho, defendendo os interesses somente da população”, completou Bruno. 

“Não se governa sozinho. O vereador está aqui representando o povo”, disse Nelson Almeida, em recado ao prefeito de Monte Mor“Quando você trabalha pela verdade, você dorme tranquilo. Então, eu fiz o meu papel, de presidente da Comissão Processante, onde a gente foi em busca da verdade, que foi apresentada no relatório”. Com essas palavras, o vereador Nelson Almeida (Solidariedade) iniciou seu discurso no Plenário, na sessão ordinária de segunda-feira (4), três dias após a votação que rejeitou o pedido de cassação do prefeito Edivaldo Brischi (PTB), apresentado no parecer final da Comissão, que foi presidida pelo parlamentar, na Câmara. 

No pronunciamento, Nelson agradeceu aos vereadores que leram o parecer, que era assinado por ele e pelo vereador Professor Fio (PTB), no qual eram apresentadas as conclusões do colegiado. “Porque eu percebi que alguns [vereadores] não leram [o documento]”, afirmou, agradecendo aos parlamentares que “votaram confiando no processo” e no documento. Ele também agradeceu aos setores Jurídico, Coordenadoria Legislativa, Assessoria de Imprensa e Informática e Sonoplastia, e ao seu assessor, Douglas Crisante, pelos serviços prestados. 

O vereador ainda deixou um recado ao prefeito. “A gente percebeu que ele precisa sentar com os vereadores e traçar uma forma com que a cidade ande. Não se governa sozinho. O vereador está aqui representando o povo. Então, vamos ter essa humildade de ouvir os vereadores, ouvir as sugestões que são dadas ao mesmo. Nós queremos o respeito, tanto dele quanto dos comissionados. Que vergonha de alguns comissionados”, afirmou, relatando ataques proferidos por alguns servidores da prefeitura, contra os vereadores, durante a sessão.

“Eu acho que tinham que ter vergonha de ficar atacando vereador que está buscando a verdade, pelo município. Querendo que eu mude meu voto, de forma a agradar o prefeito, para que ele [servidor] não perca o cargo comissionado dele. Eu não admito. Eu não vou me corromper para ficar agradando o desejo dos outros”, concluiu Nelson, na sessão da Câmara. O pedido de cassação do prefeito, feito pela Comissão Processante, foi rejeitado, já que eram necessários pelo menos dez votos a favor, e foram obtidos nove. O processo foi arquivado.