Em regime de urgência especial, vereadores aprovam R$1,1 milhão para a área da Saúde

Geral 06.12.2021 04Plenário, durante sessão: PL aprovado por unanimidadeNa sessão desta segunda-feira (6), foi aprovado por unanimidade, em regime de urgência especial, o Projeto de Lei (PL) 145/2021, do Poder Executivo. A propositura garante a liberação de cerca de R$1,1 milhão para a área da saúde do município, a partir do remanejamento de recursos entre áreas.

Na Justificativa do PL, o prefeito Edivaldo Brischi (PTB) esclarece que a suplementação visa à “manutenção das ações e serviços de saúde, bem como da folha de pagamento dos profissionais da saúde, haja vista a dotação atual não ser suficiente para o custeio até o mês de dezembro de 2021”.

Dentre as áreas citadas no Projeto, para as quais serão destinados os recursos, constam a própria Secretaria de Saúde (para vencimentos; despesas variáveis; obrigações patronais; e materiais de consumo), assim como o Fundo Municipal de Saúde (incluindo serviços de terceiros).

RELATORIA

Relator, o vereador Professor Adriel (PT) fez a leitura do seu parecer ao Projeto de Lei 145, antes da votação. “É um PL muito importante para a municipalidade, ProfessorAdriel 06.12.2021O vereador Professor Adriel foi o relator da proposituraprincipalmente para a suplementação de fichas da Saúde”, disse, antes da leitura de trechos do documento, disponível na íntegra neste link

No momento da discussão, Adriel reiterou que trata-se de recursos fundamentais para a área; e disse que a tramitação em regime de urgência era justificada, já que o Projeto trata de “ações que infelizmente não podem esperar até o final de janeiro ou o mês de fevereiro para serem aprovadas”.

O parlamentar citou que recursos serão destinados a “despesas variáveis, obrigações patronais, material de consumo, ações e também, dentro das obrigações patronais, até pagamento de servidores da saúde”. Evitando, no seu ponto de vista, mais “transtornos e desdobramentos negativos” na Saúde. 

OUTRO PL

Na sessão plenária, também foi aprovado por unanimidade o Projeto de Lei 140/2021, de iniciativa do Poder Executivo. A propositura dá nova redação a trecho da Lei Municipal 756/1998,  ampliando de dois para três anos a duração do mandato do conselheiro municipal de Saúde. O texto mantém a previsão de recondução para o cargo “por mais um mandato consecutivo”.

Denúncia contra Edivaldo Brischi: veja mais detalhes do documento e comentários dos vereadores

EdivaldoBrischi prefeituraO prefeito Edivaldo Brischi, alvo de denúncia que culminou com abertura de Comissão Processante na Câmara. Foto: Arquivo/PrefeituraO recebimento da denúncia apresentada pelo munícipe Paulo Amaro Alves, contra o prefeito Edivaldo Brishi (PTB), dividiu opiniões na Câmara, durante a sessão ordinária desta segunda-feira (6) - leia resumo mais abaixo. O documento foi recebido pelo voto de 11 vereadores a favor e três contrários. Com isso, foi aberta uma Comissão Processante, para investigar o chefe do Poder Executivo. 

O denunciante acusa Brischi de “realizar pagamentos indevidos ao Cismetro [consórcio de saúde integrado pelo município] visando à quitação de serviços de profissionais lotados na UPA sem que os mesmos tenham sido prestados”. E pede que, após abertura de Comissão Processante e do devido julgamento, o processo leve à condenação do prefeito e à cassação do seu mandato.

Composta por sete páginas e mais quatro anexos (que totalizam outras 80 páginas, incluindo comprovantes de transferências bancárias, notas fiscais, e o contrato de rateio entre o Cismetro e os municípios consorciados), a Denúncia também reivindica que, caso o prefeito seja cassado, o fato seja comunicado ao Ministério Público, para abertura de processo para ressarcimento de valores.

“O prefeito, ao negligenciar e efetuar pagamentos de serviços não executados, também feriu a disposição constitucional contida no artigo 37 da Constituição Federal em relação à moralidade, legalidade e economicidade”, complementa o denunciante, que ainda questiona “como poderia ter os serviços [sido] executados na UPA, se ela não estava em funcionamento [na época]”.  

A denúncia cita prestações de contas de pagamentos ao Cismetro de agosto, setembro e outubro de 2021. E também questiona, em linhas gerais: a justificativa para a locação de veículos via consórcio; a ocorrência de suposta “majoração (comissão)” paga pela prefeitura ao Cismetro, assim como de “cota mensal por adesão e rateio”; e a não nomeação de fiscal de contrato, pelo chefe do Poder Executivo.    

VEREADORES COMENTARAM

Geral 06.12.2021 01Vista geral do Plenário: recebimento da Denúncia 3/2021 foi aprovado por 11 votos favoráveis e três contrários, na última segunda-feira (6)Diversos parlamentares abordaram o assunto, antes da votação. Professor Adriel (PT) lembrou que o documento protocolado apresenta “uma gama de denúncias” contra o prefeito, e destacou que as mesmas precisam ser investigadas. “Embora, como já foi dialogado em sessões anteriores, existam ações tramitando no Ministério Público, nós temos consciência de que ações político-administrativas competem a essa Casa, ao Poder Legislativo, analisar”, ressaltou, pedindo a averiguação dos fatos.

Beto Carvalho (DEM) lembrou que fez diversos questionamentos anteriores, na tribuna da Câmara, sobre problemas na área da saúde do município. E questionou, inclusive, se a celebração do contrato entre a prefeitura e o consórcio Cismetro contemplaria o fornecimento de mão de obra de pronto-atendimento. “Isso é o mínimo que um vereador tem que fazer, que é fiscalizar o dinheiro”.

Paranhos (MDB) lembrou que o atual secretário de Saúde disse, em depoimento na Câmara, que a saúde está ‘de ponta-cabeça”. O parlamentar também destacou que a denúncia apresenta fatos graves. “Nós não precisamos ser médicos, nem trabalhar na saúde, para identificar, desde o início do governo, todas essas irregularidades que foram denunciadas por um nobre cidadão montemorense”, relatou, defendendo a apuração. Ele ainda mencionou que o próprio Conselho Municipal de Saúde também apresentou problemas relacionados à pasta da Saúde, durante sessão plenária da Câmara.

Bruno Leite (DEM) disse que votou contra o recebimento da denúncia relacionada às pessoas em situação de rua, anteriormente, após andar por “todo o comércio e conversar com eleitores”, sobre a temática (o recebimento de duas denúncias sobre o assunto, assim como o pedido de abertura de Comissão de Inquérito, foram rejeitados pelo Plenário). O parlamentar ainda lamentou ter sido “tachado de vendido”, na época das votações. E manifestou voto favorável à atual denúncia. “Isso é fato: irregularidades vêm acontecendo na Saúde”, afirmou, ressaltando que seu mandato vai além de “qualquer politicagem ou interesse pessoal ou político”. “Nós não podemos ser omissos”, disse.

Professor Fio (PTB) também disse que analisou a denúncia; relatou que não vê médicos nos postos de saúde da cidade; e ressaltou sua postura de honestidade. “Votei não quando precisava votar não, quando eu tinha a ideia de que aquilo não era relacionado à função do prefeito […] Quando a gente vê que onera os cofres públicos, isso tem que ser investigado a fundo”, salientou, dizendo-se a favor da fiscalização dos atos do Poder Executivo. Ele também disse que a Saúde é uma das piores pastas da prefeitura, atualmente.

PROBLEMAS NA SAÚDE

Geral 06.12.2021 02Durante a sessão, diversos vereadores debateram o assunto, manifestando seus pontos de vista sobre as denúncias, relacionadas à saúdeCamilla Hellen (Republicanos) também destacou que a denúncia apresentada menciona supostos pagamentos de salários de médicos, e lembrou que há a falta desses profissionais nos postos de saúde do município. “Eu acredito que tenha que ser investigado, sim”, afirmou, também sugerindo que os demais vereadores realizem visita à Santa Casa de Itatiba, assim como ela fez, recentemente, visando colher informações sobre a gestão do consórcio de saúde Cismetro. 

Andrea Garcia (PTB) salientou que é a favor de apurações; disse que defendeu o ex-secretário de Saúde Sílvio Corsini, anteriormente, mas que se decepcionou com o profissional, posteriormente. “Ele decepcionou o governo também, porque o [prefeito] Edivaldo também foi enganado”, afirmou, defendendo que os vereadores proponham abertura de Comissão Especial de Inquérito – e não a aprovação da denúncia de munícipe, que segundo ela teria “interesse político”. A parlamentar também relatou que existe sindicância administrativa, instaurada na prefeitura para apurar o assunto; e lamentou que recente pedido de abertura de Comissão Especial de Inquérito (CEI), na Câmara, não tenha vigorado. O presidente da Câmara, Alexandre Pinheiro (PTB), explicou que o pedido de CEI não foi recebido pela Secretaria Legislativa por não estar nos “moldes técnicos” a serem seguidos.

Wal da Farmácia (PSL) confirmou que o pedido de CEI, proposto por vereadores recentemente, foi recusado na Secretaria Legislativa pelos problemas citados; e que o setor, inclusive, entrou em contato com os autores do texto, orientando sobre a necessidade de reformulação do mesmo, o que não foi feito. “Aí, entra uma [denúncia pedindo] Comissão Processante, e nós vamos nos omitir?”, questionou, citando que os problemas da pasta da saúde estão explicitados no documento apresentado pelo munícipe.“Tudo que chegou aqui, a gente tem que investigar. Nós fomos provocados, e temos que fazer o nosso papel de fiscalizar”, destacou, lembrando que o prefeito terá o direito à ampla defesa e às prerrogativas legais, durante o processo de tramitação da Comissão Processante. Para Wal, caberia aos vereadores aprovar o recebimento e investigar os fatos, “que estão mais do que claros, nesta denúncia”.

“Eu sou do lado do povo. Se é dinheiro do povo, tem que ser investigado”, relatou Altran (MDB), destacando que vai “trabalhar no correto”, e não “com politicagem”. Ele também disse que visitou postos de saúde, e constatou a falta de médicos. O vereador Vitor Gabriel (PSDB) também parabenizou a postura de alguns parlamentares. “O trabalho nosso é sério”, disse ele, criticando a forma como assuntos debatidos em reuniões internas teriam sido divulgados. Ele ainda se manifestou a favor do recebimento da denúncia.“Para investigar o dinheiro público, a gente vai ser a favor”, afirmou, relatando que considera que a atual legislatura é “diferente”, inclusive por aprovar requerimentos com pedidos de informação, e abertura de Comissão Processante. 

Último a discursar, o vereador Pavão da Academia (MDB) disse que não é contra a apuração de denúncia, que envolve dinheiro público. Explicou, entretanto, que protocolou, em novembro, pedido de abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para averiguar os fatos - propositura que segundo ele foi rejeitada “por motivos técnicos”. O parlamentar ainda colocou seu gabinete à disposição, para “readequar o Requerimento” e colher as assinaturas necessárias. “Sou a favor de averiguar esses fatos, mas não pela forma de CP [Comissão Processante], e sim por CEI”.  

Entenda os trâmites da Comissão Processante que vai analisar a Denúncia contra o prefeito

Comissão Processante 06.12.2021Nelson Almeida (Solidariedade) será o presidente da Comissão Processante, Andrea Garcia (PTB) será a relatora, e Professor Fio (PTB), membroA tramitação da Denúncia contra o prefeito Edivaldo Brischi (PTB), na Câmara, seguirá o rito previsto no Decreto-Lei 201/67, que estabelece o passo-a-passo a ser adotado em casos de acusação de cometimento de infrações político-administrativas, por parte do chefe do Poder Executivo. 

O recebimento da Denúncia foi acatado na sessão desta segunda-feira (6). Com isso, foram sorteados os três integrantes da Comissão Processante, que escolheram, dentre si, os cargos. Nelson Almeida (Solidariedade) será o presidente, Andrea Garcia (PTB), relatora, e Professor Fio (PTB), membro.

Veja abaixo o que prevê o Decreto-Lei:

1º) Recebendo o processo, o Presidente da Comissão (CP) iniciará os trabalhos, dentro de cinco dias, “notificando o denunciado, com a remessa de cópia da denúncia e documentos que a instruírem, para que, no prazo de dez dias, apresente defesa prévia, por escrito, indique as provas que pretender produzir e arrole testemunhas, até o máximo de dez”, conforme artigo 5º, inciso III, do Decreto. 

2º) Após encerramento do prazo de defesa, a CP emitirá parecer, dentro de cinco dias, opinando pelo prosseguimento ou pelo arquivamento da denúncia (o que será submetido à apreciação do Plenário, caso a proposta seja pelo arquivamento). Se a tramitação prosseguir, o presidente da CP poderá determinar atos, diligências e audiências, para coleta de depoimento do denunciado e, inclusive, a inquirição de testemunhas. 

3º) Após a fase de instrução, abre-se prazo de vista ao denunciado, para apresentação de razões escritas, dentro de cinco dias; e, posteriormente, a CP emite parecer final pela procedência ou improcedência da acusação, solicitando que o Presidente da Câmara convoque sessão para julgamento (na qual o denunciado, ou o seu procurador, poderá se defender, oralmente, por duas horas).

4º) O Plenário deverá promover votações nominais de todas as infrações articuladas na denúncia. Caso seja declarado culpado por qualquer uma das infrações, pelo voto de 2/3 dos vereadores (ou seja, pelo menos 10 votos), o prefeito será considerado afastado do cargo, definitivamente. 

5º) Concluído o julgamento, o presidente da Câmara irá lavrar ata com a votação nominal sobre cada infração. Se o prefeito for condenado, será expedido decreto legislativo de cassação do seu mandato. Do contrário, será determinado o arquivamento do processo. Em ambos os casos, o resultado será comunicado à Justiça Eleitoral. 

6º) “O processo, a que se refere este artigo, deverá estar concluído dentro de noventa dias, contados da data em que se efetivar a notificação do acusado. Transcorrido o prazo sem o julgamento, o processo será arquivado, sem prejuízo de nova denúncia ainda que sobre os mesmos fatos”, concluiu o inciso VII do artigo 5º do Decreto-Lei. 

Vereadores aprovam recebimento de denúncia contra Brischi; Comissão Processante é formada

IMG 5398Andrea Garcia, Milziane Menezes e Pavão da Academia votaram contra o recebimento da Denúncia. Demais parlamentares foram favoráveisPor 11 votos favoráveis e três contrários, a Câmara aprovou na sessão desta segunda-feira (6) o recebimento da Denúncia 3/2021, contra o prefeito Edivaldo Brischi (PTB). Com isso, foi feito sorteio para determinar os três parlamentares que vão compor a Comissão Processante (CP), que deverá investigar o chefe do Poder Executivo.

Protocolada na semana passada, a Denúncia apresentada por um munícipe acusa Brischi de “realizar pagamentos indevidos ao Cismetro [consórcio de saúde integrado pelo município] visando à quitação de serviços de profissionais lotados na UPA sem que os mesmos tenham sido prestados”. 

Em reunião realizada entre os vereadores sorteados, durante intervalo da sessão ordinária, os mesmos decidiram que Nelson Almeida (Solidariedade) será o presidente da Comissão Processante, Andrea Garcia (PTB), relatora, e Professor Fio (PTB), membro.

Dentro de cinco dias, a Comissão deverá notificar o prefeito, que terá dez dias para se defender das acusações, por escrito. “Tudo isso está de acordo com o Decreto-Lei 201/67”, explicou o presidente da Câmara, vereador Alexandre Pinheiro (PTB), solicitando que a Secretaria Legislativa dê prosseguimento aos trâmites, viabilizando o andamento do processo.

Posteriormente, a CP deverá opinar pelo arquivamento ou pelo prosseguimento da Denúncia. Se prosseguir, o processo (a ser concluído dentro de 90 dias, após notificação do acusado) poderá levar à cassação do mandato do prefeito ou à sua absolvição, ao final.  

Detalhes sobre o rito de atuação da Comissão Processante, e notícias sobre os comentários dos parlamentares sobre a Denúncia, serão divulgados em breve, no site da Câmara e no Facebook. 

GALERIA DE IMAGENS

Sorteio dos integrantes da Comissão Processante e movimentação no Plenário. Definição entre os respectivos sorteados estabeleceu que Nelson Almeida será presidente da Comissão, Andrea Garcia, relatora, e Professor Fio, membro.

Foto Lado a Lado