Após a explanação do secretário de Saúde Silvio Corsini, na sessão ordinária da Câmara na última segunda-feira (9), os vereadores Beto Carvalho (DEM), Paranhos (MDB), Wal da Farmácia (PSL), Professor Adriel (PT), Altran (MDB), Bruno Leite (DEM), Professor Fio (PTB), Camilla Hellen (Republicanos), Alexandre Pinheiro (PTB) e Andrea Garcia (PTB) formularam questionamentos diversos, sobre a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Paulista e sobre demais assuntos relacionados à saúde do município (incluindo fatos envolvendo o Hospital Beneficente Sagrado Coração de Jesus; a gestão da pasta; e a campanha de vacinação contra a Covid-19, dentre outros).
O convite para participação do secretário no Expediente da sessão plenária havia sido feito pelo presidente da Câmara, Alexandre Pinheiro, após solicitação formal encabeçada por Wal da Farmácia, e também assinada por outros vereadores. Os boatos de que teria ocorrido um processo seletivo para contratação de profissionais da saúde, para atuar na UPA, ocupou a maior parte do tempo dos debates. Sílvio Corsini - que esteve na Câmara acompanhado de Renato Violardi, procurador geral do município, e Fernanda Brischi, diretora de Saúde - negou a ocorrência da seleção, e salientou que todos os funcionários da unidade serão oriundos do concurso de 2018, do Cismetro (leia mais aqui).
Primeiro a discursar, Beto Carvalho disse que possuía nomes de nove pessoas que não teriam realizado o processo seletivo de 2018, e que, mesmo assim, teriam se submetido ao teste realizado recentemente, que foi fruto dos boatos nas redes sociais. “Não foi a prefeitura que fez esse teste. É um teste de aptidão, feito pelo Cismetro, pela equipe que vai compor a administração do hospital”, havia pontuado o secretário, minutos antes, salientando que a realização do mesmo, por outras pessoas, decorria de erro da empresa, que inclusive foi advertida pela prefeitura. Beto também cobrou que, além de técnicos de enfermagem, sejam convocadas outras categorias profissionais contempladas na seleção de 2018.
Já Paranhos citou evento público no qual o prefeito teria afirmado haver uma “açougueira” no Hospital da cidade. E cobrou esclarecimentos do secretário, inclusive sobre postagem feita em rede social, recentemente, na qual ele aparece próximo a prédio da Polícia Federal (PF), com documentações (Corsini disse não poder fornecer informações sobre o caso, por questões de “sigilo”). Conforme informações da imprensa, em julho deste ano a Polícia Federal realizou operação em cidades da região, inclusive no hospital de Monte Mor, em ação que investiga fraudes em contratações e compras de máscaras no município de Guarulhos, com recursos federais exclusivos para a pandemia da Covid-19.
Dentre as suas diversas perguntas, a vereadora Wal da Farmácia afirmou que, em contato com o Cismetro, o consórcio negou que tenha realizado a aplicação de prova na cidade, tal qual informado pelo secretário de Saúde. A vereadora também criticou o “desmantelamento” das equipes de enfermagem do município, pela nova gestão; e citou, ainda, a evasão de médicos da cidade, desde o início da gestão e após o fim do pagamento de gratificação (em resposta, o secretário afirmou que os profissionais da área que deixaram Monte Mor tomaram tal atitude por aposentadorias ou por terem sido aprovados em outros concursos; e que a questão relativa às gratificações consiste em “assunto superado”).
OUTROS COMENTÁRIOS
Professor Adriel pediu a confirmação de que todos os funcionários que irão atuar na UPA serão, de fato, os que foram aprovados no processo seletivo de 2018. E questionou a seriedade da empresa que aplicou testes para pessoas que não estavam convocadas para fazê-lo, gerando “insegurança”. Altran questionou se a licitação para serviços de limpeza e segurança prevê contratação de montemorenses - o que foi confirmado pelo secretário. Bruno Leite questionou a motivação da ida do secretário à PF, conforme postagens; e disse que tomou providências, com outros vereadores, oficializando pedido de informações ao hospital. Além disso, sugeriu a convocação do presidente do Conselho Municipal de Saúde.
Professor Fio questionou se haveria “controle”, por parte do município, das ações desenvolvidas pelo consórcio Cismetro, o que foi confirmado pelo secretário. Além disso, o parlamentar sugeriu a retomada e conclusão das obras da UBS do São Gabriel. Camilla Hellen perguntou se o secretário tem formação e experiência na área da saúde, dada à importância e tecnicidade da pasta, e foi informada de que o servidor é engenheiro, com experiência profissional na área, inclusive em gestão pública. A vereadora também citou a falta de apresentação de documentação, pelo secretário, sobre os assuntos abordados na sessão plenária; e o mesmo disse que poderia fornecer tais documentos, se necessário.
O presidente Alexandre Pinheiro (PTB) disse que a Câmara poderá investigar a situação envolvendo o hospital, já que o secretário não pôde dar detalhes. Além disso, elogiou o processo de imunização contra a Covid-19 realizado pelo município de Monte Mor (que, segundo o secretário de saúde, já “está perto de 60% da população”). E pediu que Corsini enviasse, ao Poder Legislativo, os documentos relativos ao informado nos esclarecimentos, “para que nós possamos estar documentados”. Andrea Garcia questionou se poderá haver investimento do município em concurso público, para futura contratação de profissionais para a UPA, após fim da vigência da Lei 173 - o que foi confirmado pelo secretário.
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